O CEARÁ NA ERA VARGAS

- 1930 - 1945

- GOVERNO DOS INTERVENTORES 

- Revolução de 1930: representou uma ruptura significativa com a ordem política da Primeira República, marcada pela dominação das oligarquias regionais. 

O período do Estado Novo (1937–1945): instaurado por Getúlio Vargas, caracterizou-se por um regime autoritário e centralizador. No Ceará, os reflexos desse momento foram sentidos especialmente no campo político e sindical, acompanhada de forte censura à imprensa e ao pensamento crítico.


LÍDERES INTERVENTORES NO CEARÁ 

▪ Manoel do Nascimento Fernandes Távora (1930-1931), foi o primeiro interventor cearense, logo demitido por continuar com as mesmas práticas da República Velha. 

▪ Roberto Carneiro de Mendonça (1931-1934), foi o segundo interventor cearense, “neutro” e “estrangeiro”, procurou conciliar os “revolucionários” de 1930 com as antigas oligarquias. 

▪ Felipe Moreira Lima (1934-1935), foi o terceiro interventor cearense, acabou por realizar uma gestão muito agitada. Aliado ao PSD, não conseguiu evitar que a LEC vencesse as eleições legislativas de 1934 e indicasse, indiretamente, em 1935, o novo governador do Estado, Menezes Pimentel. 

▪ Menezes Pimentel (1935-1945), administrou o Ceará por 10 anos (entre 1935 e 1937, como governador legal, e entre 1937 e 1945, como interventor do Estado Novo). Foi um período de muita violência e perseguição política. 

▪ Benedito Augusto Carvalho dos Santos (1945-1946), o interventor Beni de Carvalho ficou no poder até 10 de janeiro de 1946. 

▪ Tomás Pompeu Filho (1946), governou apenas 11 dias. 

▪ Acrísio Moreira da Rocha (1946), assumiu como interventor a 15 de janeiro de 1946, permanecendo apenas 26 dias no poder.

▪ Pedro Firmeza (1946), ex-ministro do Tribunal de contas do Distrito Federal (RJ), foi nomeado com o apoio do PDS. Permaneceu no poder até 28 de outubro de 1946. 

▪ Machado Lopes (1946-1947), o coronel Machado Lopes permaneceu no poder de outubro de 1946 até janeiro de 1947. 

▪ Feliciano Augusto de Athayde (1947), o desembargador Athayde não fez nada de importante. Deu posse ao primeiro governo eleito diretamente após a redemocratização do país.


SINTETIZANDO:


Interventores da Revolução de 1930 no Ceará:

  • 1930-1931  Manoel do Nascimento Fernandes Távora
  • 1931-1934  Roberto Carlos Vasco Carneiro de Mendonça
  • 1934-1935  Felipe Moreira Lima


Governador do Ceará sob a Constituição de 1934:

  • 1935-1937  Francisco de Menezes Pimentel (obs.: e entre 1937 e 1945, como interventor do Estado Novo).



QUARTA REPÚBLICA BRASILEIRA (1945-1964)

*REPÚBLICA LIBERAL 1945-1964 (houveram nesse período governadores interventores e eleitos).


Interventores Federais (Governadores) 1945-1947

  • Benedito Augusto de Carvalho
  • Tomás Pompeu Filho
  • Acrísio Moreira da Rocha
  • Pedro Firmeza
  • José Machado Lopes
  • José Feliciano Augusto de Athayde


Governadores do Ceará eleitos por meio do Sufrágio Universal 


  • 1947 - 1951  FAUSTINO DE ALBUQUERQUE E SOUSA 
  • 1951 - 1954  Raul Barbosa
  • 1954 - 1955  Stênio Gomes da Silva
  • 1955 - 1958  Paulo Sarasate Ferreira Lopes
  • 1958 - 1962  Parsifal Barroso
  • 1963 - 1967  Virgílio Távora (regime civil militar)



Liga Eleitoral Católica (LEC): reunia as antigas oligarquias e setores religiosos mais conservadores.

A LEC (com o apoio da estrutura religiosa e da estrutura das oligarquias), conseguiu eleger a maioria dos deputados naquele ano. Essa vitória permitiu ao partido eleger (por meio do voto indireto dos deputados) MENEZES PIMENTEL para o cargo de governador em 1935, marcando o retorno das oligarquias ao poder.

Governo de Menezes Pimentel:

  1. Eleito em nome da fé, das tradições familiares e da Pátria, quando se tornou interventor, instituiu a delação, a perseguição política e as prisões arbitrárias de inimigos políticos e de intelectuais como Rachel de Queiroz e Jáder de Carvalho;
  2. Foi marcado por conflitos contra comunistas e integralistas e ficou caracterizado com o repressor, tanto no aspecto político quanto no aspecto religioso;
  3. Nesse governo se deu o ataque de forças militares à comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, localizada no Cariri cearense e liderada pelo Beato José Lourenço, que resultou em muitos mortos.




CEARÁ NA REPÚBLICA LIBERAL

1940 e 1950

- A polarização entre os partidos UDN e PSD, representando grupos com diferentes visões sobre desenvolvimento e democracia.


Em 1963, Virgílio Távora foi eleito governador do Ceará, exercendo o mandato até 1966, mesmo com o início da ditadura militar, em 1964. Seu governo foi marcado pela criação do "PLAMEG I" - Plano de Metas do Governo, que buscou a modernização da estrutura do estado com a ampliação do porto do Mucuripe e a transmissão da energia de Paulo Afonso para a capital.

PRINCIPAL OBJETIVO ERA DO PLAMEG:

O desenvolvimento do estado por meio da industrialização e a racionalização da máquina administrativa com vistas à intervenção nos rumos da economia e da modernização desenvolvimentista. 



REGIME MILITAR (1964-1985)


Virgílio Távora (1963-1967)

Presidência na época: Castelo Branco


Gestão Coronelista - governo dos coronéis (Virgílio Távora, Adauto Bezerra e César Cals):

Durante o Regime Militar, a política local era diretamente ligada a fazendeiros e donos de terra que usavam do poder aquisitivo para entrar na política e depois se manter com a troca de favores com a comunidade. 


Interventores durante a ditadura:

Plácido Castelo - Nomeado por Castelo Branco (NÃO ERA MILITAR)

Cézar Cals - Nomeado por Médici

Adauto Bezerra - Nomeado por Geisel

Virgílio Távora - Nomeado por Figueiredo (foi eleito pelo sufrágio universal e permaneceu no poder mesmo após a ditadura);

Gonzaga Mota - foi eleito pelo sufrágio universal NÃO ERA MILITAR



Eleito por SUFRÁGIO UNIVERSAL após o Acordo dos Coronéis, o governo Gonzaga Mota (1983-1987) rompeu com os coronéis, a partir da adesão do governador aos empresários da FIEC, entre os quais se destacava Tasso Jereissati.

Foi governador do estado do Ceará, tendo assumido no dia 15 de março de 1983, com o término no dia 15 de março de 1987. Gonzaga Mota foi eleito pelo voto popular, tomando posse em 1983 e rompendo com os coronéis anteriores para criar seu próprio grupo político. Seu rompimento rendeu-lhe ataques do regime militar com a suspensão de verbas federais.